sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Juros e Crescimento económico

O mercado de futuros prevê uma descida das taxas Euribor no futuro próximo, o que provocará uma descida na prestação das casas para quem tem revisões do contrato a partir de Outubro.

Os analistas internacionais antevêem mesmo a manutenção ou a descida da taxa directora do Banco Central Europeu, o que foi, aliás, reclamado pelo Prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz quando disse que o banco devia inverter as duas subidas mais recentes de 1% para 1,25% e 1,5%. Mas o BCE não abdica de cumprir o seu mandato para controlar a inflação da zona euro abaixo dos 2%, sendo certo que Jean-Claude Trichet já disse que o banco está a rever as previsões da inflação a médio prazo, depois de a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, ter afirmado durante o fim-de-semana em Jackson Hole, na reunião de banqueiros centrais, que o importante para os bancos centrais era preocuparem-se mais com o crescimento económico e menos com a inflação. Uma afirmação que dá um novo significado à revisão em baixa do crescimento económico da zona euro - só a Alemanha deverá manter o crescimento, segundo o FMI - e dos Estados Unidos para 2011 e 2012. Ou seja, após quatro anos de luta contra a crise e de injecções de liquidez no sistema financeiro, os banqueiros centrais concluíram que, depois de tudo o que fizeram, a economia global continua débil e pediram, por isso, aos políticos para agirem. Uma situação que permite prever que, no meio do turbilhão de aumentos de impostos, cortes no subsídio de Natal e nos benefícios fiscais, subida dos preços da electricidade, gás e transportes, existe a fundada esperança de uma descida ou, pelo menos, manutenção das taxas de juro, o que virá dar um novo fôlego e uma nova esperança às famílias e, sobretudo, às empresas, mas também aos países.