sexta-feira, 27 de abril de 2012

Madeira disposta a ajudar a meter o país na ordem

Alberto João Jardim aproveitou a sessão de abertura das 24ª Jornadas de Medicina Familiar da Madeira e Continente, para criticar, mais uma vez o estado a que chegou o país. Perante uma assembleia de médicos continentais, mandou uma mensagem para Lisboa, dizendo que “aqui na Madeira há quem esteja disposto a ajudar a meter Portugal na ordem”.
A pedra de toque do discurso foi a greve dos controladores aéreos, que, segundo o chefe do executivo, é mais uma prova de que as convulsões sociais estão sempre relacionadas com o sector dos transportes. “O país está arruinado e sob administração estrangeira, mas dá-se ainda ao luxo de parar só porque pára o sector de transportes”. Jardim refere, contudo, que há uma forma de “acabar com esta pouco vergonha”, o que passaria por uma revisão constitucional.
Afirmando-se pelo direito à greve, a única arma que resta aos trabalhadores, diz, no entanto, que sendo o sector dos transportes vital para a economia nacional, teria de haver um regime que permitisse assegurar os serviços e evitar que o país fique à mercê da chantagem do sector dos transportes.
O presidente do Governo salientou que as coisas só acontecem desta forma, porque o regime político procura atacar aqueles que são mais fracos e tem medo dos que são mais fortes.
Do transporte à saúde, Alberto João Jardim agradeceu aos médicos o trabalho feito e denunciou que o sector da saúde tem sido objecto de ataques covardes. “Há meios de comunicação social, que são propriedade de indivíduos sem escrúpulos, e que têm tido o sector da saúde como um dos seus alvos principais”. Segundo referiu, esta é, aliás, uma prova de que o país está ocupado por fortíssimos interesses sinistros e ocultos, que hoje dominam a política portuguesa, embora toda a gente esteja convencida de que isto é ainda um jogo entre partidos políticos.
O presidente do Governo disse mesmo que, dado estado de coisas, a situação começa a ser exasperante , com pessoas desesperadas porque precisam de comer e de dar educação aos filhos. “A política não pode ser um exercício frio de tecnocracia e sobretudo a tecnocracia não pode estar a ser instrumentalizada por um capitalismo selvagem e especulador”.
Jardim entende que é preciso combater e contrariar o que se está a passar. A hora, disse, é de resistência, porque não pode ser o povo a pagar, enquanto se faz um discurso de propaganda para dar a ilusão de que se está ao lado dos pobres e dos oprimidos.
O presidente do Governo exortou, ainda, ao trabalho, dizendo que o país pode não estar tão adormecido como parece. “Ainda há pessoas, e podem contar com isso aqui na Madeira, capazes de remar contra a maré e de lutar contra o sistema estabelecido”.
As 24ª Jornadas de Medicina Familiar da Madeira e continente que estão a decorrer no Funchal, e que homenagearam, este ano, o médico Ricardo Escórcio, já falecido, e que foi um dos impulsionadores das presentes jornadas

Online a 27 de Abril de 2012