quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A Crise


       Um homem vivia à beira duma estrada e vendia cachorros quentes. Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes. Ele preocupava-se com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava. As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender a grande quantidade de fregueses, e o negócio prosperava... Os seus cachorros quentes eram os melhores de toda a região!


       Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu e foi estudar economia numa das melhores faculdades do país. Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele: 

       - Pai, então você não ouve rádio?  Você não vê televisão e não lê os jornais?  Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica.  Está tudo arruinado. O mundo vai desabar. Depois de ouvir as considerações do filho doutorado, o pai pensou:  bem, se o meu filho que estudou economia, lê jornais, vê televisão, acha isto então só pode estar com razão. Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e claro, pior) e começou a comprar salsichas mais baratas (que eram, também, as piores).  Para economizar, parou de fazer cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta.Tomadas essas 'providências', as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio dos cachorros quentes do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar economia na melhor faculdade, faliu .O pai, triste, então falou para o filho:

       - 'Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise. 'E comentou com os amigos, orgulhoso: - 'Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar economia, ele "avisou" me da crise... ' Aprendamos uma grande lição: Vivemos num mundo contaminado de más notícias e se não tomarmos o devido cuidado, essas más noticia influenciarnos-ão a ponto de roubar a nossa felicidade e prosperidade dos nossos negócios, enfim arruinando as nossas vidas.E acho que isto serve para todas as áreas da vida!"

Subsídio de desemprego mais curto:cinco a 26 meses

       O Governo aprovou nesta quinta-feira as novas regras do subsídio de desemprego que reduzem o valor e os períodos de concessão. Ainda assim, o ministro da Segurança Social garante que o diploma está melhor do que impunha o memorando da troika.

       De acordo com as novas regras, o valor do subsídio passará a ter como montante máximo 1048 euros, face aos actuais 1257 euros. Além disso os beneficiários terão um corte de 10% após seis meses no desemprego.

       Os períodos de concessão também se alteram. O prazo mínimo passa a ser de cinco meses e o prazo máximo será de 540 dias (18 meses), podendo chegar aos 760 dias (26 meses), no caso dos desempregados com longas carreiras contributivas.

       “No memorando [assinado com a troika] estabelecia-se como limite máximo de atribuição 18 meses. O que o Governo consegue fazer, protegendo os trabalhadores com idade mais avançada e com carreiras contributivas mais longas, é ultrapassar esse limite que poderá chegar aos 26 meses”, destacou o ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares.

       “Essa é que é a grande inovação, poder ultrapassar um conjunto de restrições que tinham sido assinadas nos termos do memorando de entendimento”, acrescentou.

       Ao mesmo tempo reduz-se de 450 para 360 dias o tempo de descontos necessário para se ter direito ao subsídio de desemprego “de modo a alargar a protecção aos beneficiários com menores carreiras contributivas.

       No diploma prevê-se ainda a majoração de 10% do valor do subsídio quando ambos os membros do casal estejam a receber subsídio de desemprego e tenham filhos a cargo. Uma medida temporária que só vigora até ao final de 2012, altura em que será reavaliada.

       Pedro Mota Soares explicou ainda que as regras não se aplicam aos actuais desempregados. “Em relação aos actuais desempregados eles não são afectados nem quanto ao valor nem quanto ao tempo de recebimento da prestação”, precisou.



Acesso alargado nas rescisões amigáveis

       Sobre o alargamento das situações em que os trabalhadores despedidos por rescisão amigável podem aceder ao subsídio de desemprego, uma medida que decorre do acordo assinado esta semana com os parceiros sociais, Pedro Mota Soares apenas avançou que se trata de cargos “com especiais qualificações técnicas”.

       “Está previsto até ao final do segundo semestre introduzir algumas alterações que têm a ver com a possibilidade de reestruturação de empresas. Estamos a falar acima de tudo de cargos com especiais qualificações técnicas. Essa é uma matéria que cumpriremos dentro do prazo, voltando a rever algumas regras, o que provavelmente será feito em conjugação com a possibilidade que agora abrimos de acumular subsídio de desemprego com rendimentos de trabalho”, precisou.

       O Conselho de Ministros aprovou também um diploma que alarga a atribuição de subsídio de desemprego aos trabalhadores independentes, desde que obtenham pelo menos 80% do valor da sua actividade através da mesma entidade.
Online, 19 de Janeiro de 2012